Questão de Tempo

12:42 AM

É tudo uma questão de tempo, sabe?
A gente tem vivido a mercê de um mundo em que corre ao contrário. Nos ajeitamos facilmente diante de objetos que fingem nos trazer felicidade. Nos atemos em ser quem os outros querem. Vivemos fingindo para tentar esquecer nosso eu interior, querendo nos encaixar a fundamentos que não nos fazem jus.
Hoje é muito fácil estar só em meio à multidão, muito mais fácil. Em questão de anos uma noite com amigos transformou-se em bate-papos via aplicativos de conversas. Fotos, que antes eram espontâneas, divertidas, e serviam para recordar e guardar momentos, atualmente servem só como desculpa. Desculpa para ser popular em redes sociais, para viver de aparências. Onde vamos parar?
Temos criado uma sociedade do contra. Contra a interação, o olho no olho, as risadas, a diversão. Um “kkkk” nunca será um riso de felicidade, e a gente sabe disso, mas finge, deixa pra lá. E é esquisito pensar o quanto tudo mudou em tão pouco tempo. Qualquer um tem um smartphone, qualquer um tem acesso à internet, mas nem todos parecem saber utilizá-la. A vida conectada é divertida, mas nunca poderá substituir o real valor de um sorriso, de uma risada ou até mesmo uma gargalhada.
Estamos projetando um futuro sem esperança para a interação. Estamos desconectando a simbologia de viver para nos conectar a um mundo que estupidamente apresenta um imaginário mais divertido, mas que acaba nos desviando. Estamos entrando em uma realidade virtual que vem congelando o amor pelo próximo e aquecendo o amor pelas máquinas.
Alguns dizem que os computadores e a realidade virtual além de prazerosa é muito mais glamorosa, não tendo tantas complicações como a vida, e é claro, sem desilusões, mas acaba sendo engraçado. A maior desilusão já estamos tendo quando resolvemos substituir o mundo real pelo virtual. Nos engamos ao achar que isso bastará para sermos felizes. Ah se a felicidade estivesse nas máquinas!
Não erramos ao evoluir nossos equipamentos tecnológicos. Erramos ao deixar que eles assumam o controle de nossas vidas, nos fazendo viver em função de algo tão frágil e que apesar do grande valor, acaba sendo um paradigma atual.
Computadores quebram, erram e podem ser armas perigosas, e as pessoas também, mas a diferença está na maneira com a qual você lida com isso. É só uma questão de tempo para que, no final dessa história, possamos retornar da contramão que nossa vida está se tornando.

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